A rede municipal de Londrina conta com o Projeto Letramento Digital desde julho de 2022. Cerca de 610 alunos participantes, de turmas do 4° e 5° ano, têm oficinas no contraturno para desenvolver competências técnicas como Pensamento Computacional, Programação e Robótica. Para 2024, foi confirmada a ampliação do projeto, que vai passar a atender 4 mil estudantes de escolas municipais com 240 agentes multiplicadores de conhecimento.
Essa ampliação foi anunciada durante evento realizado na tarde da últim sexta-feira (10), na Escola Municipal Anita Garibaldi, uma das 25 unidades que já têm turmas do projeto. Dentre as autoridades presentes, estavam a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes; o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (CODEL), Alex Canziani; o gerente de Governança e Compliance da Facti e coordenador-geral do Projeto Letramento Digital, José Augusto de Lima Prestes; a deputada federal Luísa Canziani; e o vice-prefeito de Londrina, João Mendonça, entre outros.
Um dos alunos do Letramento Digital na Escola Municipal Anita Garibaldi é Davi Marco Lima de Souza. Aos 10 anos, ele está no 4° ano e aproveitou a oportunidade para dizer a todos os alunos e às autoridades presentes o quanto se diverte durante os encontros. “Nas oficinas a gente aprende bastante sobre computação e como utilizar o microbit, que é um aparelho que ganhamos. É muito legal. Espero que, no ano que vem, vocês estejam lá também”, repassou aos colegas.
A secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, ressaltou que os alunos apresentam resultados excelentes em outras disciplinas escolares, após ingressarem no Letramento Digital. “A gente tem o privilégio de ter começado essa experiência no Brasil. Letramento Digital é ensinar a ler e escrever nesse universo digital, e para as crianças é algo rápido porque faz parte da geração delas, elas têm mais facilidade. O curso é muito interessante e os resultados têm sido incríveis. Com os depoimentos que recebemos das crianças, das mães e dos professores, a gente percebe que eles encontraram um novo jeito de se comunicar. Nessas oficinas, os alunos fazem projetos e soluções, aprendem a fazer um diagnóstico, e isso acaba sendo levado para outras áreas da vida”, destacou.
A diretora da Escola Municipal Anita Garibaldi, Maria Cristina Anzola Alexandre, contou que os alunos vêm para o projeto às terças e quintas, das 13h30 às 17h30. “E eles não faltam, é algo lindo de ver. Estamos envolvendo as famílias e a escola inteira nesse projeto. No Letramento Digital, estamos aprendendo juntos”, disse.
Segundo o coordenador-geral do Letramento Digital, José Augusto de Lima Prestes, a expansão do projeto é imediata. “Esses números, de 4 mil alunos da rede municipal e 240 agentes multiplicadores, é o que vamos atingir como meta até dezembro de 2024. No momento, estamos finalizamos as aulas da segunda turma, com cerca de 610 alunos do segundo semestre. Com os 76 capacitados na fase anterior, vamos concluir 2023 com quase 700 formados. E isso foi possível somente graças ao trabalho de todos os parceiros, das escolas e dos multiplicadores”, citou.
Os agentes multiplicadores do conhecimento passam por formação para conduzir as oficinas nas escolas, e atuam de forma voluntária. O processo seletivo para novos interessados deve iniciar em fevereiro de 2024, e a formação está prevista para começar em março.
Já as novas turmas nas escolas têm início previsto entre março e abril de 2024. “As crianças são capacitadas em 90 horas de conteúdo, divididas em Pensamento Computacional, Fundamentos da Programação, e Robótica e Prototipagem. Elas recebem o material didático gratuitamente, que inclui uma placa para programação. E a gente espera que, com isso, elas possam desenvolver toda sua competência e criatividade, pensando em soluções para o dia a dia. E que, evidentemente, tenham desperto dentro de si o interesse por carreiras tecnológicas”, acrescentou Prestes.
O presidente da Codel, Alex Canziani, lembrou que há poucos meses Londrina recebeu a visita da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Em maio, ela visitou a Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico, e conferiu de perto a aplicação do Letramento Digital. “Essa foi a primeira escola, na primeira cidade do país, a receber o projeto, o que motivou a ministra a vir até Londrina conhecer esse trabalho. Agradeço a todas as entidades parceiras, a Facti, a Softex, a Positivo e, principalmente, toda equipe da Secretaria Municipal de Educação, que abraçou essa causa. Sem o engajamento dos professores e das famílias, não teríamos como viabilizar esse projeto. Agradeço muito o empenho de cada um de vocês, pois isso significa muitas possibilidades e oportunidades para nossas crianças”, comentou.
Para que Londrina sediasse o projeto-piloto do Letramento Digital, houve a articulação e envolvimento direto da deputada federal Luísa Canziani. Ela, que também preside a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação, reforçou que o Letramento Digital repercute no desenvolvimento de competências e habilitados para todos os alunos. Inclusive, incentiva que mais meninas estudem e atuem na área de ciência e tecnologia. “Engajem cada vez mais nesse programa, porque ele vai mudar a vida de vocês. Espero que vocês aproveitem cada vez mais o projeto, pois ele foi pensado com muito carinho e inspirado para que vocês sonhem grande e conquistem esses sonhos”, disse a deputada para os alunos.
E, representando a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o coordenador de Fomento à Inovação da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital – SETAD, Ulisses Campoi Martins Rosa, adiantou que as expectativas do MCTI são de levar o Letramento Digital para todos os municípios brasileiros.
“Nossa ministra abraçou o projeto do Letramento Digital, está muito empolgada e quer levar essa experiência ao Brasil inteiro. Isso porque a experiência de Londrina está sendo muito exitosa. A cidade está recebendo novo aporte de recursos porque tem feito por merecer. Houve envolvimento de todos, o que é fundamental para esse modelo de Letramento Digital. Parabenizo Londrina pelo esforço e as crianças que estão participando, pois tudo isso é construído para fazer a diferença na vida de vocês. O Letramento Digital quer motivar as crianças, na mais tenra idade, a se interessar pelas ciências exatas, principalmente as meninas. E que, futuramente, ingressem em uma profissão nessa área”, adiantou Rosa.
O anúncio teve, também, depoimentos de mães de duas estudantes que participam do Letramento Digital, contando como tem sido a experiência nos últimos meses. E, ao final da solenidade, os alunos apresentaram os robôs que desenvolveram no decorrer das oficinas.
Também participaram do evento o vice-presidente Executivo da Softex, Diônes dos Santos Lima, a Consultora de Relacionamento da Positivo Tecnologia, Viviane Urizzi, a vereadora Profª Flávia Cabral, professores e diretores da rede municipal, e agentes do Letramento Digital.
(Texto: Juliana Gonçalves. Foto: Emerson Dias/NCom PML)
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