Cavaleiro brasileiro ganha tudo e garante o tetra consecutivo em Doha



 Sem dúvida um feito inédito. Essa semana, de 24 a 26/2, o cavaleiro brasileiro Rodolpho Riskalla, medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020+1, montando Don Henrico venceu as três provas que disputou no Concurso de Adestramento Paraequestre Internacional - CPEDI3* no estádio Al Shaqab, em Doha, Qatar. Após vencer prova por equipes em 24/2 com 77,500%, tornar a vencer a prova Individual no dia seguinte totalizando 78,902% e, finalmente, no sábado, 26, com nada menos que 82,483% de aproveitamento no Freestyle Grau IV, Rodolpho estabeleceu novos recordes pessoais.

Riskalla também venceu as três provas de sua categoria na estádio Al Shaqab em 2019/2020/2021 e agora em 2022, ou seja, garantiu o tetra com 100% de aproveitamento totalizando 12 vitórias. "O cavalo foi super bem, estou super contente. Esse é o último ano que estou competindo com ele", disse Rodolpho, referindo-se ao seu parceiro de longa data Don Henrico, hannoverano de 19 anos, de propriedade da ex-amazona olímpica alemã Ann Katrin Linsenhof.

"Esse ano eu tinha feito uma prova nacional na Alemanha, só para rotinar ele novamente. Agora vou competir em Wellington, EUA, daqui a duas semanas, com um cavalo que consegui emprestado, que nunca montei, mas espero que dê certo. Depois vou me preparar para o Mundial com o Don Henrico", adianta Rodolpho, líder o ranking mundial no grau IV e atual nº 6 do ranking mundial entre cavaleiros e amazonas de todos cinco graus da modalidade - I,II,III,IV e V - grau de dificuldade crescente de acordo com a avaliação / classificação funcional da deficiência do atleta.

O Brasil também esteve muito bem representado no Internacional de Adestramento 5* em Doha com João Victor Oliva e Escorial Horsecampline, melhor brasileiro da história da modalidade em Tóquio, que fechou o Grand Prix Special em 26/2 na 4ª colocação com 69.575% de aproveitamento. A vitória foi do holandês Tommie Visser montando Genesis Begijnhoeve, 71,787%.

De olho no Mundial - Além da prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Rodolpho também detém duas pratas no Mundial 2018 em Tryon (EUA), disputa realizada a cada quatro anos. Agora na temporada 2022, sem dúvida, o principal objetivo do cavaleiro é competir no Mundial 2022, que acontecem em Herning, na Dinamarca, entre 10 e 14/8.

Riskalla já está tecnicamente qualificado para o Mundial, assim como Sérgio Oliva, dono de dois bronzes na Rio 2016, que foi top 10 em Tóquio no Grau I. João Victor e Escorial Horsecampline também estão qualificados e vêm com tudo para integrar a equipe do Brasil no Mundial 2022.

Superação ímpar

Rodolpho, 37 anos, pratica adestramento desde a infância e aderiu ao Adestramento Paraequestre no início de 2016, seis meses após a perda da parte inferior das duas pernas, a mão direita e dedo da mão esquerda em decorrência de uma meningite. Menos de um ano depois defendeu o país nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e, em 2018, foi o melhor brasileiro nos Jogos Equestres Mundiais 2018 nos EUA conquistando duas medalhas de prata no adestramento paraquestre. Na Paralimpíada de Tóquio 2020+1 , Rodolpho arrematou a inédita prata na prova individual e foi 5º no Freestyle .

O cavaleiro residiu na França por 10 anos e agora mora na Alemanha. Além do Adestramento Paraquestre, Rodolpho também compete com sucesso em provas de Adestramento.

(Fonte: CBH. Foto: Arquivo pessoal)

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