Chuvas voltam ao Estado e oferecem melhores condições de plantio, segundo boletim



 As chuvas retornaram ao Paraná no último fim de semana e estenderam-se por boa parte das regiões produtoras. Com isso, o plantio de algumas culturas, entre elas a soja, ganha novo ritmo. A análise está no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 1º a 7 de outubro. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

No caso da soja, principal cultura de verão no Paraná, ainda que o solo bastante úmido possa dificultar a movimentação do maquinário na lavoura, o avanço no plantio já pode ser percebido. Na semana passada, o levantamento dos técnicos apontava semeadura em 407 mil hectares, o que representava 7% do total de área estimada na safra 2021/22.

Agora, as sementes estão distribuídas em pelo menos 918 mil hectares, ou 16% da área. No mesmo período em 2020, esse total era de 430 mil hectares, ou 8% da área estimada. Além de devolver parte da umidade necessária para o plantio em algumas regiões, as chuvas ajudam para que as lavouras tenham um bom desenvolvimento. Com isso, os produtores de soja do Estado renovam as expectativas de boa produtividade na safra.

MANDIOCA E FEIJÃO – As chuvas intensas e abrangentes também beneficiaram as regiões produtoras de mandioca. Os trabalhos de colheita e de plantio são retomados conforme as condições de solo possibilitam a entrada de máquinas e caminhões. Devido à longa estiagem, na última semana houve o menor volume de esmagamento de mandioca nas indústrias e algumas até paralisaram as atividades momentaneamente.

No caso do feijão, o boletim de conjuntura da semana passada apresentava plantio em 37% da área estimada, ou 52 mil hectares. No desta semana, também em função da chegada da chuva, avançou-se para 78 mil hectares, o que representa 56% da área, e cresce a expectativa de que a safra seja boa.

MILHO E TRIGO – O plantio do milho de primeira safra está em 75% da área estimada para o ciclo 2021/22, preenchendo em torno de 314 mil hectares. O volume é dez pontos porcentuais superior ao observado no mesmo período da safra anterior, quando a área semeada era de 232 mil hectares.

O documento do Deral aponta que a colheita de trigo chegou a 58% da área. Com esse volume, o Paraná já tem trigo disponível em excedente para o consumo nacional mensal, estimado em um milhão de toneladas. A disponibilidade alia-se à importação mensal de 550 mil toneladas, o que garante alternativas para os moinhos.

TOMATE E FRUTAS – A primeira safra do tomate também é assunto do boletim agropecuário da semana. Neste ciclo, a área destinada à cultura é de 2,4 mil hectares, um recuo de 3% em relação ao plantado em 2020. No entanto, a produção deve ter acréscimo no mesmo porcentual, chegando a 150 mil toneladas.

Sobre frutas, o registro é da colheita de 254,3 milhões de toneladas pela China em 2019 (fonte: FAO). O país destinou 16,6 milhões de hectares para a fruticultura representando 16% da área mundial e contribuiu com 26,3% da produção.

PECUÁRIA E MEL – Técnicos do Deral citam, ainda, a queda de 2% no preço da arroba bovina, que vinha em ascensão. A justificativa apresentada é a detecção de dois casos da doença da vaca-louca, observados em Minas Gerais e Mato Grosso.

A apicultura também é abordada com detalhes ao se analisar o crescimento em 20,2% no volume de exportação e de 106,5% em faturamento, no período de janeiro a agosto deste ano. O Paraná continua na condição de terceiro maior exportador de mel in natura.

(Texto: AEN. Foto: José Fernando Ogura/AEN)

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