Veja quem são os ídolos dos ídolos da nova geração do esporte


Não importa os títulos conquistados na carreira, um dia todo atleta já viveu o papel de fã de alguém que o inspirou a superar os desafios. Na semana em que se comemora o Dia Olímpico, celebrado em 23 de junho, integrantes do Time Ajinomoto revelam quem são os seus ídolos, momentos emocionantes proporcionados pelo esporte e de onde tiram inspiração para suas carreiras. Leia seus relatos.

Bruna Takahashi (tênis de mesa) – Com apenas 19 anos, a mesatenista já se credenciou como ídolo de uma nova geração. Campeã mundial júnior em 2015, no Egito, Bruna ajudou o Brasil a classificar a equipe feminina para a próxima edição dos Jogos Olímpicos, em 2021, em Tóquio. Caçula da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016, Bruna, então com 15 anos, encontrou seu ídolo do esporte, a chinesa Ding Ning, na capital fluminense. Além da emoção, ficou com uma foto tirada ao lado daquela que viria a ser campeã do torneio individual e por equipe. “Não deu para conversarmos porque ela não falava inglês, mas trocamos pins”, recorda. Para ela, a conquista do título mundial foi um dos momentos mais emocionantes de sua carreira. “Eu sinto emoção toda hora que pratico e jogo, independentemente do resultado, mas uma das maiores emoções que senti foi quando fui campeã mundial. Desde pequena, falava para todo mundo que queria ser e seria campeã mundial, era meu sonho e consegui em 2015. Foi uma final super apertada, por isso foi ainda mais emocionante”. Mas a conquista da vaga olímpica para Tóquio também ocupa um lugar especial entre os momentos que a inspiram no esporte. “Quando eu, a Carol Kumahara e a Jessica Yamada nos classificamos foi uma emoção muito grande porque deixamos todas as diferenças de lado, nos ajudando e nos apoiando muito o tempo todo. Foi difícil lidar com a derrota para Porto Rico na final dos Jogos Pan-Americanos (2019), mas superamos isso e nos classificamos jogando contra Porto Rico novamente na disputa pela vaga. Essa experiência foi uma inspiração para a nossa equipe”, finaliza.    

Valéria Kumizaki (karatê) – Vice-campeã mundial da categoria até 55kg em 2010, a carateca nascida em Presidente Prudente (SP) conquistou quatro medalhas em edições dos Jogos Pan-Americanos (dois ouros, uma prata e um bronze), mas é das pistas que vem seu ídolo esportivo, o piloto Ayrton Senna. “Quando criança, assistia às corridas e sempre gostei da determinação e do amor dele ao esporte”, explica a atleta, que tem na emoção a fonte de sua inspiração. “Assisto a quase todos os esportes e ouvir o nosso Hino Nacional me emociona muito. Quando o atleta ganha uma medalha e se emociona, eu choro junto porque imagino todo o sofrimento para chegar até ali”, diz. Não por acaso, as maiores emoções da carreira foram representando o Brasil. “Sou apaixonada pelo esporte e poder representar meu país e competir em grandes eventos me emociona muito”.
 
Rafael Silva, o Baby (judô) – A primeira inspiração do judoca estava na própria família. O avô Manuel José da Silva, o seu Manuel, foi responsável por apresentá-lo ao esporte e colocá-lo no karatê, modalidade que praticou até os 12 anos. “Meu avô foi uma grande referência na minha formação e era para ele que eu mais gostava de contar sobre minhas viagens e competições. Ele se entusiasmava com meus resultados e me motivava a continuar acreditando e lutando”, relembra o judoca. No universo esportivo, Ayrton Senna é o ídolo maior. “Apesar de ser quase unanimidade entre os atletas brasileiros ter o Ayrton Senna como ídolo, acho que cada um entende de maneira diferente o que ele representa”, explica. “Para mim, ele representa uma trajetória de muita entrega e muito empenho. É por isso que gosto tanto dele”. Mas não é somente o tricampeão de F-1 que serve de inspiração para o judoca. De consagrados veteranos a jovens aspirantes, Baby encontra na própria modalidade combustível para o crescimento constante. “Os maiores exemplos são os do dia a dia de treinamento”, destaca. Quando estava começando a competir fora do país, Tiago Camilo (prata nos Jogos Olímpicos de 2000 e bronze em 2008) e Leandro Guilheiro (bronze em 2004 e 2008) eram do mesmo clube que Rafael. “Eu os via treinando todos os dias e isso servia de inspiração para saber que é possível um resultado olímpico. Não é algo de outro mundo. Ver esses caras treinando, treinar bem também e fazer algo muito parecido ao que eles fazem é bastante inspirador”, ressalta. Deu certo, mas não foi tudo. Dono de duas medalhas olímpicas (bronze 2012 e 2016), Rafael destaca ainda a importância de alguns dos primeiros representantes brasileiros a subirem no pódio olímpico do judô como Chiaki Ishii (bronze em 1972), Walter Carmona (bronze em 1984) e Aurélio Miguel (ouro em 1988 e bronze em 1996) na construção de sua trajetória. “Conversar com quem asfaltou a estrada para que chegássemos à medalha olímpica e ao alto rendimento é sempre bastante inspirador. Essas pessoas tiveram uma vida dedicada ao esporte que eu amo e tento absorver o máximo de experiência possível. Hoje estou em uma posição na qual tento passar um pouco dessa experiência aos mais jovens. Ao mesmo tempo, o pessoal mais novo me dá um pouco de energia para continuar treinando e acreditando. Essa energia é muito boa para eu seguir nessa caminhada olímpica. Essa troca de experiência é o que faz a gente crescer e levar o judô adiante”, avalia o pesado, que sente em cada participação olímpica uma emoção especial. “Londres foi especial por ser a primeira, por eu estar tão preocupado em ser estreante e ter um peso nos ombros de querer que o resultado acontecesse. No Rio, foi uma história diferente. No último ano (de classificação), tive de me recuperar de uma lesão para conseguir a vaga. Disputar a Olimpíada em casa tem o diferencial de ter a família e os amigos muito perto, participando de todo o processo, e o resultado foi emocionante por isso. Jogos Olímpicos são dias mais especiais. O ciclo, a jornada, a trajetória construída para chegar aos Jogos é o que faz essa competição tão diferente. Agora, estamos às portas de uma Olimpíada em Tóquio. Apesar do adiamento, é uma Olimpíada muito especial, principalmente para nós do judô, porque nosso esporte nasceu lá. Acho que nossa geração é bastante privilegiada por poder lutar uma Olimpíada em casa, no Brasil, e outra no Japão. São três emoções muito especiais”, finaliza.
 
Douglas Brose (Karatê) – Ídolos não faltaram na carreira do carateca e o primeiro veio das quadras de tênis: Gustavo Kuerten. Quando Brose ainda começava a trajetória de atleta, Guga já era número um do mundo e uma grande referência internacional. Além disso, os dois eram quase vizinhos em Florianópolis (SC). “Eu o admirava como atleta e queria ser o primeiro do mundo. Ele é uma pessoa maravilhosa e recebi o prêmio de melhor atleta de Santa Catarina duas vezes das mãos dele”, recorda. A inspiração deu resultado. Brose é bicampeão mundial (2010 e 2014), além de ter uma prata (2012) e um bronze (2008) na competição. O primeiro título no evento, aliás, é a maior emoção competitiva na memória do carateca. “Foi uma sensação inigualável. Fazia anos que o Brasil não tinha medalha de ouro em campeonatos mundiais, especialmente em kumitê masculino. O Mundial na Sérvia me marcou muito porque, em uma modalidade na qual o Brasil não era um dos favoritos, coloquei a bandeira do meu país no lugar mais alto. Foi uma experiência e uma emoção muito bacanas”. As conquistas em mundiais também levaram Brose a vivenciar outra experiência inusitada e gratificante. Durante uma competição na Europa, alguns atletas da Índia se ajoelharam perto dele e tocaram seus pés. “Eu fiquei sem saber o que fazer. Quando se levantaram, eles disseram que era um costume e que tocar os pés de um campeão mundial era algo muito importante. Eu me assustei um pouco no início, foi um momento diferente e bem bacana porque eles disseram que era uma inspiração”.
 
Arthur Nory (ginástica) – Fã das também ginastas Daiane dos Santos (campeã mundial em 2003 e com 14 medalhas em etapas do Circuito Mundial) e Simone Biles (cinco medalhas olímpicas e 25 em mundiais), o ginasta não apenas teve o privilégio de ter seus ídolos fazendo parte de sua trajetória como é amigo de ambas. Na galeria de grandes emoções, Nory enumera as conquistas do ouro no Mundial de 2019 (na barra fixa) e do bronze nos Jogos Olímpicos de 2016 (no solo). “Todo o sonho e trabalho foram recompensados”, resume. Os Jogos no Rio de Janeiro também lhe proporcionaram uma emoção extra: estar no pódio juntamente com Diego Hypólito. “Por toda a experiência e por tudo o que ele passou, foi um momento inesquecível e admirável”, completa. Nory também integrou a seleção que voltou dos Jogos de Lima, no ano passado, com duas medalhas (prata no individual geral e ouro por equipe) e a classificação da equipe masculina para os próximos Jogos Olímpicos.
 
Os processos classificatórios olímpicos do judô e do karatê estão em andamento. No tênis de mesa, apesar de o Brasil já ter vaga por equipe no feminino, os integrantes do time ainda não foram convocados. Isso só é feito perto da realização do evento. O mesmo acontece com na ginástica.

Projeto Vitória
O Time Ajinomoto faz parte do Projeto Vitória, iniciativa criada pela empresa em 2003, no Japão, e que chegou no ano passado ao Brasil com o objetivo de contribuir para o fortalecimento do esporte nacional. Os mais de 20 atletas e paratletas que compõem o grupo recebem suporte relativo à nutrição e aos benefícios da ingestão de aminoácidos por esportistas de alto rendimento.
(Assessoria)

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